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Setembro amarelo: Como a mídia pode ajudar na prevenção ao suicídio?

“A internet pode ser um recurso para ajudar uma pessoa com pensamentos de suicídio a encontrar locais onde obter ajuda” – Dr. Elson Asevedo

*Por Adriana Moraes 

Neste mês de setembro, o suicídio e sua prevenção estão sendo amplamente debatidos em diversos meios de comunicação, incluindo a internet, mas como a mídia pode ajudar na prevenção ao suicídio?

Na opinião do psiquiatra Dr. Elson Asevedo, coordenador geral do Conversas de Vida e diretor do CAISM Vila Mariana (Centro de Atenção Integrada à Saúde Mental), a mídia pode ser uma influência protetora ou tóxica em relação aos comportamentos suicidas. Quando a mídia descreve comportamentos suicidas de forma romantizada, como se de alguma forma aquele comportamento fosse desejável, claramente o efeito é tóxico.

Para o especialista, a forma correta de abordar o tema é informar que se trata de um problema de saúde, que pode ser cuidado por profissionais de saúde. Atualmente, a internet e as mídias sociais oferecem um grande desafio nesse sentido, porque as informações são instantâneas e não há controle sobre o conteúdo. A internet é uma ferramenta de comunicação e interação com um universo de informações. É possível reconhecer aspectos do uso da internet que podem aumentar o risco de suicídio. Como por exemplo, acesso a detalhes sobre métodos de suicídio, contato com grupos de usuários que estimulam atos suicidas, descrevem o suicídio de maneira romantizada e desestimulam a busca por ajuda.

O Dr. Elson destaca que, no entanto, a internet pode ser um recurso para ajudar uma pessoa com pensamentos de suicídio a encontrar locais onde obter ajuda. A internet pode inclusive ser usada para identificar pessoas em risco de suicídio, comunicar-se com elas e potencialmente prevenir o suicídio. Se usada apropriadamente, a internet pode ser uma poderosa ferramenta de comunicação usada para beneficiar pessoas em grave sofrimento psíquico. Provavelmente precisaremos de tempo para aprendermos a forma mais útil de nos relacionarmos com essa tecnologia. Mas isso também foi necessário com outras tecnologias de informação, como foi com a propagação da informação escrita após a invenção da prensa, ou da informação por rádio ou televisão.

*Adriana Moraes – Psicóloga da SPDM (Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina) – Especialista em Saúde Mental e Dependência Química – Colaboradora do site da UNIAD (Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas).

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